Eleições 2014, qual foi o saldo que ela nos deixou? Se a Presidência continua sendo a casa de uma mulher, por que o cenário político ainda é visto como um espaço fechado entre homens? A participação do voto pelas mulheres é sinônimo de que elas estão conquistando seu respeito?
De acordo com dados do IBGE, em 2013, as mulheres representavam 51,3% da população brasileira, porém, ainda assim, a participação do público feminino na política é pequena e não corresponde à proporção de mulheres no país. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, de 513 políticos, apenas 47 são mulheres; no Senado, entre eleitas e suplentes, 10 são do sexo feminino enquanto 81 são do masculino, deixando o Brasil em 129º lugar no ranking entre 189 países com participação feminina no Poder. Porém, quando o assunto é o eleitorado feminino, o Brasil ocupa o 2° lugar, perdendo apenas para Ruanda (63,8% de mulheres).
Contabilizando o número de candidatas aos cargos dispostos e número de eleitas nas Eleições 2014, percebe-se que houve um aumento nas candidaturas femininas, no entanto, a passos lentos. Se eram 47 na cadeira de deputadas, agora são 51, já no cargo de Senadoras, haveria uma a mais, totalizando 11.
Um ponto curioso a se observar é que o houve um aumento de mulheres na disputa por cargos nesta eleição, já que o próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) realizou campanhas e propagandas de incentivo a candidatas. A disputa para deputado federal e estadual, por exemplo, registrou o maior número de mulheres candidatas, foram 7.237 candidaturas, 2.404 a mais do que em 2010. Contudo, se há um aumento na taxa de concorrentes, por que poucas têm sido eleitas? Falta de credibilidade independente de sexo ou convencimento infortúnio?
Desde 2009, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exigiu, em lei, que pelo menos 30% das candidaturas dos partidos seja dedicado ao sexo feminino (por ser em menor representatividade) e 70% aos homens (por ser a maior representatividade). No entanto, cinco anos depois, os partidos não tinham atingido essa cota para as Eleições de 2014, ocasionando uma participação de míseras 0.7% acima do previsto por lei, ou seja, 30,7%.
O fato é que ano após ano a mulher tem participado efetivamente na política, seja como cidadã ou formadora de opinião; famílias onde o costume da cultura política era passada do pai a filhos homens não tem mais força como antes. Obviamente muito há que ser melhorado e chegará a hora de que o sexo feminino não necessitará de 30% na cota, o páreo será de 50% a 50%.