Vivemos um tempo em que o aprendizado vai muito além dos conteúdos programáticos. A escola não é apenas o lugar onde se ensina matemática, português ou ciências, é também um espaço onde crianças e adolescentes constroem sua identidade, desenvolvem habilidades socioemocionais e aprendem a se relacionar com o mundo.
No entanto, os sinais de adoecimento psíquico entre estudantes estão cada vez mais evidentes. Ansiedade, depressão, automutilação, bullying e dificuldade de concentração são apenas alguns dos sintomas que têm se intensificado no ambiente escolar. Esses desafios não surgiram do nada: são fruto de pressões sociais, familiares, econômicas e, muitas vezes, da falta de preparo das instituições em lidar com a dimensão emocional da aprendizagem.
O Papel da Escola na Promoção da Saúde Mental
A escola tem um papel estratégico. Não basta apenas identificar sinais de sofrimento; é preciso criar uma cultura de acolhimento e prevenção. Isso significa:
- Desenvolver programas de educação socioemocional;
- Oferecer acompanhamento psicológico e parcerias com profissionais da saúde mental;
- Capacitar professores para reconhecer e lidar com sinais de alerta;
- Promover o diálogo com as famílias, fortalecendo a rede de apoio ao estudante.
Quando a escola assume esse papel, ela não apenas ensina, mas transforma. Garante um ambiente onde os alunos se sentem pertencentes, respeitados e motivados a aprender.
A Urgência da Ação
Ignorar a saúde mental nas escolas é comprometer o futuro de toda uma geração. Um aluno que não consegue lidar com suas emoções dificilmente alcançará seu potencial pleno de aprendizado. Já um estudante que se sente seguro emocionalmente tem mais chances de desenvolver criatividade, resiliência e autonomia.
Caminho para a Transformação
Precisamos olhar para a saúde mental nas escolas como investimento e não como gasto. Investir em projetos de acolhimento, capacitação docente e metodologias que integrem o desenvolvimento emocional ao acadêmico é preparar alunos mais equilibrados, conscientes e capazes de construir um mundo melhor.
Reflexão final: Educação e saúde mental não são áreas separadas; são dimensões inseparáveis do desenvolvimento humano. A escola que cuida da mente de seus alunos está, na verdade, formando cidadãos mais fortes, mais empáticos e mais preparados para os desafios da vida.
Antonia Braz Presidente do Instituto AGC- psicanalista, pedagoga e especialista em Terapias Integrativas. Possui formações em Gestão e Mediação de Conflitos, Pedagogia Sistêmica, Neurociência e Psicologia Positiva. É Master em Programação Neurolinguística e atualmente cursa Mestrado em Neurociência na Enber University.