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A responsabilidade de ser pai

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o número de divórcios no Brasil vem aumentando ano a ano. Em 2011, por exemplo, houve um aumento de 45,6% superior ao ano de 2010. Nesse sentido, qual é o impacto da separação para os filhos? A paternidade não se limita apenas ao homem e vai além do ato de gerar; pais devem educar e ter uma participação ativa na vida do filho. Entretanto, é o homem aquela figura que costuma impor limites.

Segundo a psicologia, meninas tendem a espelhar na figura paterna com admiração, referenciando-se na escolha do seu companheiro na fase adulta. Já os meninos procuram obervar os valores e a forma como e o pai enxerga a vida, tendo-o como herói. A presença da figura paterna aos filhos gera uma autoconfiança protegida. Sem seu afeto, os efeitos podem ser catastróficos, desde distúrbios alimentares até suicídio e uso de drogas.

Tais referências não se limitam apenas no psicológico. Pesquisas apontam que a falta do registro paterno na certidão de nascimento pode causar diversos problemas na vida da criança, principalmente na fase escolar. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mais de cinco milhões de crianças têm apenas o nome da mãe no registro e mediante a isso, criou-se uma Lei que permite a investigação de paternidade onde cada estado adequou-se para melhor solucionar a questão. Alguns deles solicitaram que as escolas públicas fizessem uma lista de alunos que só tinham o nome da mãe, para então notificarem os devidos pais a assumir a paternidade.

Até os seis anos de idade as perguntas frequentes em crianças com os pais separados são: Onde está meu pai? Por que ele saiu de casa? Ele não me ama? A partir dos oito, ela passa a compreender melhor o meio onde vive, iniciando seu poder de persuasão. Na adolescência, com a fase da rebeldia, o isolamento social e o ciúme são barreiras a serem vencidas. No entanto, ao chegar à fase adulta, com as responsabilidades corriqueiras, tudo é esclarecido, deixando aquela névoa de dúvida para trás, restando apenas as lembranças boas ou ruins.

Pais divorciados, em muitos casos, veem-se entre a cruz e a espada, já que na maioria das vezes sua ex-esposa põe barreiras que dificultam a relação entre pai e filho. Usar a criança como “barganha” e chantagem são os aspectos mais comuns. Mas o que o pai deve fazer?

A justiça brasileira vem adaptando-se ao novo molde familiar. No processo de separação, muitos juízes dão ao direito à guarda compartilhada, ou seja, pais separados com mesmos direitos e deveres em relação ao filho, proporcionando que as principais decisões sejam tomadas sempre em conjunto pelos genitores. Cada família deverá encontrar um esquema onde será proporcionada a criança a manutenção dos laços parentais e uma convivência cotidiana com os dois genitores, imprescindível para a formação desta criança.

Lembrando que o termo “ex-filho” não existe, é preciso haver respeito e, mesmo que encontre uma nova família, o pai deve ter uma conversa franca com a criança, deixando claro que o amor continua, mesmo vivendo em lares diferentes. Pais devem construir uma relação saudável e evitar conflitos que tragam problemas na autoestima de seus filhos.

Contudo, não são apenas pais divorciados que enfrentam dificuldades, os solteiros ou viúvos também, já que desde a infância, as mulheres treinam para um de seus maiores papéis: o de mãe. Geralmente, o homem toma suas decisões baseadas em seus princípios éticos, morais e culturais, sem a interferência de outro que possa entrar em conflito com suas ideias, porém, essas mesmas características correm o risco de trazer efeito oposto, como a solidão.

Seja qual for a situação, ter um filho não é brincadeira. Todos nós precisamos de modelos masculinos para crescer emocionalmente equilibrados, essa é a maior responsabilidade do pai. Por mais que nossa sociedade vem passando por transformações no âmbito familiar, algumas essências não devem se perder no caminho.